Introdução

Há muito o que ser aprendido. Há muito o que podemos extrair do que vemos, tocamos, ouvimos, e acima de tudo, sentimos. Nossa sabedoria vem dos retalhos que vamos colhendo ao longo de nossa evolução, que os leva a formar a colcha que somos. Esse espaço é para que eu possa compartilhar das luzes que formam o que Eu tenho sido!!!

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

DEUS

“Duas coisas me enchem sempre a mente com nova e crescente admiração e respeito...: o céu estrelado acima de mim e a lei moral dentro de mim.” Immanuel Kant (1724–1804)


A colocação do influente filósofo alemão nos remete inevitavelmente a Deus. Para muitos, a existência do Criador é um fato que independe de comprovação, pois no próprio íntimo as convicções calam qualquer dúvida; são, em geral, indivíduos acionados pela fé, que conduzem as suas vidas na certeza da presença divina.

Contudo, os que se fazem dirigir pela razão, não raro, questionam Deus, pois não encontram provas tangíveis ou mensuráveis que sustentem a sua existência. Há, na incerteza destes últimos, uma expressiva contribuição de antigos sistemas religiosos, que tendiam a atribuir uma “persona” à Divindade.

Fossem eles basear-se na resposta dada pelos Espíritos Superiores, que se relaciona à primeira pergunta de O Livro dos Espíritos – bem como seus desdobramentos –, e veriam que, para entender a existência de Deus, seria fundamental despersonalizá-lo, desvinculando-o de uma inadequada e inoportuna similaridade humana. 

Para defender as suas teses, os céticos se alicerçam na afirmativa de que as próprias organizações da Natureza e do Universo são capazes de uma autogestão, isto é, funcionam independentemente de qualquer intervenção externa, e a fazem de forma interrupta.

Ora, se assim é, urgiria esclarecer a origem da energia e da matéria primordial que permitiram àqueles sistemas tomarem o primeiro impulso para a sua organização, ou seja, onde e como os primeiros elementos foram colocados em atividade? Certamente, nesta origem de tudo está a inegável ação de uma Inteligência Suprema e Criadora de todas as coisas: Deus.

Ilustração sobre Deus de uma criança
de 9 anos budista
Outros descrentes acham que o surgimento de organismos complexos na face da Terra deu-se por simples obra do acaso, e não pela ação de um Criador. Para estes, os elementos estavam lá, combinaram-se sem que houvesse uma intencionalidade, e fizeram surgir os primitivos seres que originaram toda a diversidade biológica que habita o Planeta.

De acordo com esta tese, nossos corpos foram gerados por um “golpe de sorte”, que poderia até mesmo nem ter dado certo, e, em assim sendo, nem poderíamos estar aqui... O absurdo de tal idéia se descaracteriza por si mesmo.

Talvez esses radicais da razão não se dado tenham à análise, pois se assim fizessem observariam que, além de organismos complexamente formados, todos nós somos, acima de tudo, inteligências individuais guiadas por uma moral íntima, inerente a todas as pessoas – por mais alucinadas que possam transitoriamente se comportar.

Perguntamos: acaso esta inteligência e esta moral seriam propriedade das organizações celulares? Porventura se manifestam a partir de tecidos e fluidos corporais? Quem sabe estariam nas sólidas formações ósseas? 

Então, por que os minerais não desenvolveram qualquer desses atributos? Qual a razão de os metais não realizarem escolhas, de as rochas não manifestarem sentimentos, expressarem opiniões?

Todas estas questões nos direcionam inevitavelmente à crença na ação contínua de uma Causa, que criou a matéria para que fosse um instrumento de ação do Espírito, a fim de que este dela faça uso e possa alcançar o seu aprimoramento progressivo.
Ilustração sobre Deus de uma
criança de 9 anos rastafári

Agora, se perguntarem qual é a forma que Deus assume, quais são as suas características externas, devemos afirmar ser impossível descrevê-lo em nosso atual estágio evolutivo, já que tal conceito extrapola nossas insignificantes concepções. 

É o que afirma Allan Kardec, no comentário à questão 11 de O Livro dos Espíritos: “A inferioridade das faculdades do homem não lhe permite compreender a natureza íntima de Deus.”.

Mas, se perguntarem onde age Deus, diremos com convicção que Ele se manifesta tanto no verme minúsculo, quanto nos turbilhões estelares; e que pode ser sentido com admirável respeito no senso moral que se encontra dentro de cada um de nós.

Por Licurgo Soares de Lacerda Filho na revista O Reformador, 
ano 126, nº 2.148, março de 2008.

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