Introdução

Há muito o que ser aprendido. Há muito o que podemos extrair do que vemos, tocamos, ouvimos, e acima de tudo, sentimos. Nossa sabedoria vem dos retalhos que vamos colhendo ao longo de nossa evolução, que os leva a formar a colcha que somos. Esse espaço é para que eu possa compartilhar das luzes que formam o que Eu tenho sido!!!

sábado, 12 de março de 2016

IMPEACHMENT: A PAUTA OCULTA


Publicado originalmente em OUTRAS PALAVRAS.

Pré-Sal para petroleiras globais. Fim da demarcação indígena. “Direito” ao armamento pessoal. Veto à família homoafetiva e muito mais. Que projetos escondem-se atrás da suposta “luta contra corrupção”.

A condução coercitiva do ex-presidente Lula em 4 de março foi, até o momento, o episódio mais grave da atual crise econômica e política no Brasil. A crise nos coloca diante de uma ameaça, diretamente ligada à correlação de forças existente na sociedade: os interesses do grande capital financeiro, há muito questionados, podem retomar completamente o controle do jogo.

Diante do espetáculo criado pela imprensa na chamada “luta contra a corrupção”, os interesses dominantes amplamente representados no Congresso aproveitam-se da cortina de fumaça para impor sua agenda regressiva ao país. Ao invés de discutir com seriedade e aprovar uma reforma política que pusesse fim ao financiamento empresarial de campanhas eleitorais, que é a base da estrutura do sistema político brasileiro criado no fim da ditadura militar e que está na raiz do escândalo atual, oportunisticamente resgata-se antigas e derrotadas ideias sob a forma de projetos de lei (PL), propostas de emendas constitucionais (PEC) e projetos de resolução do Senado (PRS) à aprovação sob regime de urgência. O rápido exame de alguns deles evidencia como atentam contra a soberania nacional, a democracia e os direitos humanos no Brasil.

Começando pela economia, o PRS 84/2007, apresentado pelo senador José Serra (PSDB/SP), estabelece um teto para a dívida pública líquida e bruta da União, reduzindo a autonomia de política macroeconômica do Estado (na sua capacidade de atuação anticíclica). Isso significa, no curto prazo, aprofundar o ajuste fiscal em curso desde 2015 e comprometer as possibilidades de saída da crise pois, também no médio e longo prazo, o estímulo tributário e de gastos públicos é fundamental para acender a dinâmica de investimentos doméstica. Duas das questões mais sensíveis e que afeta diretamente os gastos públicos são a reforma da previdência e a política de valorização do salário mínimo. Ambas estão sendo transformadas em prejuízo dos trabalhadores (como ficou claro no começo de 2015 com a imediata investida, naquele momento mal sucedida, para alterar a regra da valorização do mínimo e na Medida Provisória 680/2015, no sentido da flexibilização das leis trabalhistas), dos aposentados e da própria autonomia de política econômica e social.

A Lei de Responsabilidade das Estatais (PLS 555/2015), cujo relator é o senador Tasso Jereissati (PSDB/CE), é mais uma proposta em curso que fere o princípio da autonomia, ao criar um marco regulatório que enquadra as empresas estatais na lógica do mercado financeiro. Além de impedir filiados a partidos e sindicalistas de participarem na composição dos conselhos e diretorias, prioriza quem tem experiência no mercado. Tal reforma possibilita, sob a imagem de um falso republicanismo, a captura por parte de grupos particulares privados, nacionais ou estrangeiros, dos bens públicos que impactam fortemente na atividade econômica nacional e na inserção geopolítica do país.

Aqui residem dois movimentos igualmente perniciosos. O primeiro é a ameaça aos direitos de militantes de partidos e sindicatos — algo que fortalece a ampla propaganda de criminalização da política atualmente em curso, subtraindo dos atores políticos seus instrumentos legítimos de representação. Na esteira de um suposto esforço de combate à corrupção, difunde-se uma ideologia elitista e tecnicista, que associa toda e qualquer atividade política à busca do auto-interesse, ao descaso com a coisa pública quando não à simples prevaricação, como se o mercado e as estruturas burocráticas do Estado não fossem, eles também, permeados de interesses e visões ideológicas.

O segundo movimento é o de recondução da política externa e da margem de manobra do Estado diante das grandes potências, especialmente dos Estados Unidos, já que o posicionamento geopolítico no campo energético é crucial para a soberania brasileira e latino-americana. Ao contrário, o movimento de curso é de privatização dos recursos naturais e um benefício da maior participação dos grupos financeiros internacionais, representando uma subtração da soberania nacional e o fortalecimento deles.

É exatamente a soberania nacional que está em jogo com a aprovação pelo Senado Federal do PLS 131/ 2015, também de autoria do senador José Serra e atualmente tramitando na Câmara como PL 4567/2016. O projeto estabelece que a Petrobrás terá a prerrogativa de escolher se quer ser operadora do campo do Pré-Sal ou se prefere se abster da exploração mínima de 30% obrigada pela lei. Portanto, abre possibilidade para o capital privado, nacional e estrangeiro, se apropriar ainda mais de um recurso estratégico. Além disso, limita o poder fiscalizador que a estatal brasileira exerceria sobre a exploração do campo. Ou seja, não somente não garante que as operações passem a ser feitas maximizando lucratividade e eficiência, como desconsidera as implicações mais abrangentes de sua operação sobre a estrutura produtiva doméstica e suas consequências distributivas – em prejuízo, novamente, dos interesses da maioria dos brasileiros.

Falando na possibilidade de maior participação estrangeira na propriedade de ativos brasileiros, está em trâmite um texto substitutivo ao PL 4059/12 para flexibilizar o processo de compra de terras brasileiras por estrangeiros. O texto contraria parecer publicado pela Advocacia Geral da União — que veda, por exemplo, empresas estrangeiras adquirirem imóvel rural com mais de 50 módulos de exploração indefinida. Paralelamente, também se fortalecem os interesses ruralistas com a PEC 215/ 2000, que tem como objetivo retirar do Executivo o poder para demarcar terra indígena, transferindo a palavra final sobre demarcação das terras para o Congresso Nacional. Na prática, as terras ditas “tradicionais” passarão a ser interpretadas como qualquer outra propriedade rural. Ainda sobre esse tema, seguiu para a câmara dos Deputados a PEC 71/2011 (relatada pelo senador Blairo Maggi (PR/MT) e aprovada de forma unânime no Senado), que prevê a indenização a proprietários rurais com áreas incidentes em Terras Indígenas.

Há ainda a tentativa de flexibilização do estatuto do desarmamento. O texto substitutivo, do deputado Laudivio Carvalho (PMDB-MG), aprovado em uma comissão especial do Congresso, facilita a obtenção do porte de armas por mudar os requisitos necessários para o cidadão comum receber autorização para circular nas ruas portando armas de calibre permitido. Trocando em miúdos, será facilitado o acesso às armas por particulares, possibilitando, no limite, que novas milícias possam atuar concorrentemente às forças do Estado – aumentando, ao invés de retrair a violência.

Também no campo dos direitos civis, o PL 5069/ 2013 do deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ) aprovado pela Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) da Câmara, altera regras sobre o aborto, criminalizando quem preste qualquer auxílio ou orientação. No caso de estupro, o texto prevê que o aborto seja permitido somente com exame de corpo delito. Já o Estatuto da Família, PL 6583/2013, de autoria do deputado Anderson Ferreira (PR/PE), sedimenta uma definição excludente de entidade familiar (“o núcleo social formado a partir da união entre um homem e uma mulher, por meio de casamento ou união estável, ou ainda por comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes”), o que tem como consequência a exclusão do casamento homossexual e também da adoção por famílias formadas por homossexuais marcando um retrocesso enorme nos poucos direitos conquistados pela comunidade LGBT.

Ainda aguarda apreciação do Senado Federal a PEC 171, proposta originalmente em 1993, sobre a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos. Além de especialistas concordarem de modo quase unânime que a medida não afasta efetivamente adolescentes do crime, seu efeito político imediato é isentar o Estado do compromisso com políticas de juventude, combatendo-se o efeito e não a causa da criminalidade, como o comprova a experiência de outros países. A medida é absurda dentre outros motivos porque já existem leis que responsabilizam menores infratores. Todos esses diferentes projetos simbolizam enormes retrocessos nos direitos civis, que prejudicam principal e diretamente as vidas das mulheres, jovens e LGBTs.

Enquanto emergem aparatos legais tão polêmicos, é assustadora a aprovação da lei anti-terrorismo pelo Plenário do Senado em 24 de fevereiro de 2016, que reformula o conceito de “organização terrorista”. Como alardeiam os críticos, e também a Organização das Nações Unidas (ONU), o projeto agride os direitos humanos porque a tipificação para o crime de terrorismo está ampla e abre margem para a repressão de movimentos sociais e manifestações populares. Em nota, a ONU reforçou que definições imprecisas não são compatíveis com a perspectiva das normas internacionais de Direitos Humanos. Ou seja, no atual contexto em que os diversos atores políticos deveriam se fortalecer para fazer escutar suas vozes e disputar o poder, reprime-se seu direito fundamental de se organizar, movimentar e manifestar.

Mesmo que se seja a favor de um ou mais dos projetos aqui tomados apresentados, há de concordar que a premissa elementar, de que o que não pode ser limitado é a garantia da preservação das instituições democráticas. Ou seja, não é hora para decisões tão importantes serem tomadas sem amplo debate na esfera pública, com espaço para crítica e reflexão. A prioridade é, também, zelar pelos direitos humanos e pelas conquistas sociais que efetivamente melhoraram as condições de vida da maioria da sociedade brasileira. É preciso pensar também se essa ofensiva contra empresas brasileiras e contra o atual governo é genuinamente uma tentativa de combater a corrupção e moralizar a política nacional, ou se é uma investida seletiva a favor dos interesses financeiros e internacionais, contra a alteração da correlação de forças da sociedade brasileira dos últimos anos – em que se fortaleceu a posição do Brasil na geopolítica mundial ao mesmo tempo em que se retirou milhões de pessoas da miséria, aumentou-se a remuneração real média dos trabalhadores e atingiu-se a menor taxa de desemprego observada desde o fim da ditadura militar.

Cristina Fróes de Borja Reis, Doutora em Economia pela UFRJ, Professora de Economia e Relações Internacionais na UFABC, autora da monografia premiada pelo Tesouro Nacional Os efeitos do investimento publico sobre o desenvolvimento econômico: análise aplicada para a economia brasileira entre 1950 e 2006 (2008).

Tatiana Berringer, Doutora em Ciência Política pela UNICAMP, Professora de Relações Internacionais na UFABC, autora do livro A burguesia brasileira e a política externa nos governos FHC e Lula .(2015).

Maria Caramez Carlotto, Doutora em Sociologia pela USP, Professora de Relações Internacionais na UFABC, autora do livro Veredas da mudança na ciência brasileira. Discurso, institucionalização e práticas no cenário contemporâneo (2013).

OS DERROTADOS NAS URNAS QUEREM GANHAR PELO PODER E NÃO PELO DIREITO


Originalmente publicado em LEONARDO BOFF.COM

No emaranhado das discussões atuais relativas à corrupção importa desocultar o que está oculto e que passa desapercebido aos olhos pouco críticos. O que está oculto? É a vontade persistente dos grupos dominantes que não aceitam a ascensão das massas populares aos bens mínimos da cidadania e que querem mantê-las onde sempre foram mantidas: na margem, como exército de reserva para seu serviço barato.

A investigação jurídico-policial dos crimes na Petrobras que envolve grandes empreiteiras e o PT envolve também muitos outros partidos, como o PPS, o PMDB e o PSDB, beneficiados com subsídios e propinas para suas campanhas. Por que ela é conduzida de forma a se centrar unicamente nos membros do PT? O objetivo principal parece não ser a condenação dos malfeitos, que obviamente devem ser investigados, julgados e punidos. Mas o PT não está sozinho nesse imbróglio. A maioria dos grandes partidos estão metidos nele. Quem deles não recebeu milhões da Petrobras e das empreiteiras para suas campanhas? Por que o Ministério Público, a Polícia Federal e o juiz Sergio Moro não os investiga já que pretende limpar o pais? Alguém desses candidatos vendeu sua casa de campo, seu sítio ou algum bem para financiar sua campanha milionária? Financiaram-se pelo caixa 2 ilegal mas tido como prática corrente na nossa democracia de baixíssima intensidade.

É ingênuo e enganador pensar que estas instâncias, inclusive os vários níveis da justiça nos seus mais altos escalões não venham imbuídos de intenções e de ideologia. Que nos digam os clássicos da ideologia como Jürgen Habermas e Michel Foucault que demonstraram não haver nenhum espaço social imune à interesses e por isso à presença da ideologia e que não seja movido por algum propósito. É próprio do discurso ocultador dos golpistas enfatizarem a completa independências destas instâncias e seu caráter de imparcialidade.  A realidade do passado e do presente revela bem outra coisa, especialmente quanto ao juiz Sergio Moro.

Um determinado propósito ideológico dos vários órgãos de poder vinculados ao poder policial, jurídico e de alguns das supremas cortes articulados com meios de comunicação privados de âmbito nacional, de reconhecido caráter conservador, quando não reacionário e antipopular, serviria de laço de ligação entre todos com a intenção de garantirem certo tipo de ordem que sempre os beneficiou e que agora com o PT e aliados foi posta em xeque.

Por que a tentativa sistemática de desmontar a figura de Lula, levado sob vara para depor na PF, depois de tê-lo feito antes por três vezes? É a vontade perversa de destruí-lo como referência para todos aqueles que veem nele o político vindo dos fundões de nosso país, sobrevivente da fome e que, finalmente, com seu carisma, galgou o centro do poder. Ele conferiu a coisa mais importante para uma pessoa: sua dignidade. O povo sempre era tido pelos donos do poder como Jeca-Tatu, plebe ignara e rebotalho. Sofrido, cansou de ver frustrada sua esperança de melhorias mínimas. A conciliação entre as classes, tônica de nossa sociedade política, sempre foi para aplainar o caminho dos grupos poderosos e negar benefícios ao povo. Com o PT houve uma inflexão neste lógica excludente.

Agora vem à tona o mesmo propósito das classes que não aceitaram que, um dia, foram apeadas do poder. Querem voltar a qualquer custo. Dão-se conta de que, pela via eleitoral não o conseguirão, por causa da mediocridade de seus líderes e por falta de qualquer projeto que devolva esperança ao povo, súcubos que são do poder imperial globalizado. Querem consegui-lo manipulando as leis, suscitando ódio e intolerância como nunca houve nesta proporção na nossa história. É a luta de classes, sim. Esse tema não é passado. Não é invenção. É um dado de realidade. Basta ver como se manifesta nas mídias sociais. Parece que a boca do inferno se abriu para o palavrão, para a falta de respeito, pela vontade de satanizar o outro.

A política não é feita de confronto de ideias, de projetos políticos e de leituras diferentes de nossa situação de crise que não é só nossa mas do mundo. É algo mais perverso: é a vontade de destruir Lula, de liquidar o PT e colocá-lo contra o povo. Temem que Lula volte para completar as políticas que foram boas para as grandes maiorias e que lhe deram consciência e dignidade. O que os donos do poder mais temem é um povo que pensa. Querem-no ignorante para poder dominá-lo ideológica e politicamente e assim se garantir no privilégio.

Mas não o conseguirão. São tão obtusos e faltos de criatividade em sua fome de poder que usam as mesmas táticas de 1954 contra Vargas ou de 1964 contra Jango. Tratava-se sempre de deter os reclamos do povo por mais direitos, o que implicava a redução dos privilégios e uma melhora da democracia. Mas os tempos são outros. Não vão prosperar pois já há um acúmulo de consciência e de pressão popular que os levará à irrisão, não obstante seus porta-vozes midiáticos, verdadeiros “rola-bosta” que recolhem o que acham de ruim para continuarem a mentir, a distorcer, a inventar cenários dramáticos para desfalcar a esperança popular e assim alcançar seu retorno com a força e não com direito democrático. Porém “no, no pasaran”…

Leonardo Boff, não é filiado ao PT mas interessado nos destinos dos mais sofridos de nosso pátria que o PT ajudou a tirar da miséria.

MALA EXISTENCIAL


Por Regina Helena de Oliveira no site da Sociedade Brasileira de Terapia de Vida Passada - SBTVP

Conta a história que numa colônia em outra dimensão encontravam-se várias pessoas a observarem as inúmeras embarcações que navegavam pelo espaço. Essas embarcações levavam seus tripulantes para viagens interplanetárias com o objetivo da educação para a vida.

O pequeno grupo observador, de olhos a brilhar frente a tanta movimentação e entusiasmo, pediu ao orientador que os deixassem fazer uma viagem também.  O orientador por sua vez, compassivo e de olhar terno e sábio, perguntou por qual razão tinham esse desejo. O silêncio do grupo, atônito, falou mais alto ao coração do educador, que ao menos se reunisse e buscasse esta resposta. 

Após inúmeros questionamentos, os membros do grupo chegam a conclusão de que muitas eram as lições as quais ainda tinham que aprender. Perceberam, no interior de cada um,  que ainda não haviam aprendido a perdoar, a respeitar, a amar, a resignar-se frente à vida,  a não ter orgulho, vaidade, inveja, raiva...E tantas outras lições. Voltando o grupo ao orientador e expressando com sinceridade seus desejos, o mestre concordou. Frente às necessidades observadas, aconselhou-os uma viagem ao planeta Terra. Com uma recomendação:  como todo viajante, havia a necessidade de arrumar as malas; afinal ficariam por um bom tempo. O necessário à aprendizagem. Pediu ao grupo que ao arrumar suas malas deveria colocar apenas o necessário e deixar espaço para guardar as riquezas da Terra a ser explorada.

O grupo, entusiasmado, tratou de providenciar logo o pedido do orientador. Antes da partida o orientador alertou a todos que estes só poderiam retornar com uma mala especial, que chamou de mala existencial. Disse: "vocês jamais poderão abandoná-la e só serão aceitos de retorno ao lar portando as mesmas".  Num desejo de boa sorte, saudou a todos afetuosamente, oferecendo ósculos de luzes que eram emanados de seu peito. Envolvidos na tênue suavidade daquele momento, partiram em viagem rumo ao planeta Terra. O grupo havia feito muitos planos e traçado inúmeras metas que lhes assegurariam aprendizagens significativas. A alegria era intensa.

Depois de longo percurso aporta grande embarcação no planeta Terra. Ao chegar a perplexidade foi geral. Ficaram encantados com o mundo da matéria mais densa e cheios de sensações infindáveis. Saíram num impulso, seguindo por terra a fora o caminho que desejaram. Pena!  Parece que o grupo esqueceu de todos os planos combinados. Cada um seguiu seu livre arbítrio, caminhando pelas sucessivas histórias da humanidade.

Alguns foram para o Egito antigo, outros para a civilização asteca, outros para Astúrias e assim por diante. Ficaram embevecidos pelo mundo dos prazeres; esqueceram ainda mais seus valores e foram, nas sucessivas reencarnações guardando em suas malas tudo aquilo que desejaram. De taças de outro cravejadas de pedras preciosas, utilizadas em rituais de sacrifícios a túnicas e grandes pedras da Grécia e dos Maias. Tinham a liberdade de guardarem em suas malas aquilo que desejassem. E assim o fizeram.

Esqueceram, contudo, das orientações com relação às leis de causa e efeito. Foi então que se deu o caos. Após muitas experiências de vida após vida, chega o tempo de despertar. Para tal, o grande Cosmo utilizou-se da didática da dor. O mundo maior, em amor, permite a todos os viajantes pelo Universo Sideral na busca da cura da alma através da evolução.  Porém, tem-se observado que, na maioria, os tripulantes das embarcações, ao chegarem em seus destinos, esquecem seus compromissos e acabam criando dificuldades ainda maiores. Assim é que, com ternura,  o Mestre de todos os tempos vem lançar sobre seus educandos as lições da dor e do amor. Deixa a eles a opção de escolher. E então eu vos pergunto:  quantos de nós não chegamos até aqui por essas embarcações? Soube de fonte segura que elas não param de navegar. Chegam trazendo novos alunos e partem levando tantos outros. Muitos voltam aborrecidos para cá, contando-nos que de volta para casa, nada encontraram em suas malas, a não ser uma série de coisas que não lhes faziam sentido. Não fazia sentido guardar tanta raiva, desejo de vingança, ódio, inveja, cobiça e tantas outras coisas desnecessárias.

O que mais me deixa intrigada é que, no fundo, todos nós sabemos o que deveríamos e o que não deveríamos guardar em nossa mala existencial. Teimamos em errar e retornamos sempre para aprender as mesmas lições. Lições as quais negligenciamos e, mesmo sofrendo, continuamos na indiferença de nós mesmos. Quanto tempo mais teremos que repetir as mesmas séries escolares, para resolvermos, de uma vez por todas, empenharmo-nos em nossas tarefas?  Por quanto tempo mais deixaremos nossos olhos fechados e a mente atrofiada às nossas necessidades?  Em nossas jornadas vemos tantos registros a nos sinalizarem os erros de outrora. Em grande maioria já estamos cansados de sofrer.  Nossas malas andam abarrotadas e tão cheias de coisas desnecessárias que, muitas vezes, não aguentamos carregá-las mais.

Quantos de nós já não paramos na estrada chorando amarguras por não suportar o fardo que acumulamos para nós mesmos?  Fomos apenas guardando e guardando... Agora ou empurramos nossa mala existencial ou sentamos sobre ela e choramos o tempo perdido. Contam que os orientadores das outras dimensões sempre tentam amparar seus alunos através da sintonia, porém, grande parte permanece envolvido consigo mesmo, sem ouvidos para ninguém, a não ser para seus próprios tormentos, que crescem feito bola de neve numa vida de verão. É certo que chegou o tempo de mergulharmos em nosso interior e enfrentarmos nosso maior inimigo.  Ou seja, nós mesmos e nossas más tendências.

Você já se perguntou ou analisou o que tem guardado em sua consciência ou em sua mala existencial?  Se nossos professores nos permitissem voltar para casa ainda hoje, será que estaríamos preparados? Teríamos em nossa bagagem o necessário para esse retorno?  Retorno? Será que já compreendemos esse ir e vir para casa? Ou fizemos desta escola chamada Terra a única opção de vida? Seria a Terra frente ao Universo Sideral, nossa única morada? O que fizemos com a história de nós mesmos?  Teríamos arrancado páginas do nosso livro da vida? 

São tantas perguntas as quais já encontramos respostas; só nos falta a coragem de assumir a verdade; abrir nossas malas e retirar de dentro dela aquilo que nos faz sofrer.

Aprender de fato a resignação frente à vida é lição urgente para todos e lembrar, como dizia um velho e sábio Capitão: "É preciso aprender a transformar problemas em oportunidades". E a história continua... Contudo, as próximas páginas serão escritas pelo personagem principal deste enredo: você.  Boa viagem!

DIREITO E ESPIRITISMO

Por Maria Francisca Carneiro, advogada (OAB/PR n. 22.952), doutora em Direito e pós-doutora em Filosofia, publicada originalmente em JUSBRASIL.

Uma das grandes conquistas da Humanidade foi a laicização do Direito que, liberto dos grilhões religiosos, pode florescer como uma construção humana. Portanto, o presente artigo, ao defender a existência de um Direito laico e, ao mesmo tempo, tecer algumas relações entre Direito e Espiritismo, não se pretende doutrinário; e sim crítico e aberto. Também não tem intenção de proselitismo.

O principal ponto em comum entre o Direito e o Espiritismo é o senso de justiça que, enquanto para alguns, é produto cultural, para outros, é inato ao ser humano. Não vamos adentrar ao mérito dessa questão, mesmo porque, não há provas de uma ou de outra coisa, e sim meras especulações filosóficas.

Para o Espiritismo, a ideia de Justiça é mais ampla do que para o Direito, pois abrange a possibilidade de sucessivas encarnações para a sua concretização. Já o Direito, por seu turno, viabiliza a Justiça atendo-se à existência de apenas uma vida, que é a vida presente. Ora, essa questão remonta às provas científicas na encarnação, que não são aceitas unanimemente. O maior expoente da ciência no estudo científico das reencarnações é Ian Stevenson, da Universidade de Virgínia, nos Estados Unidos, que conseguiu comprovar centenas de casos de reencarnação em diversos países ocidentais e orientais. Todavia, outras centenas de casos estudados ficaram sem comprovação. Assim, a reencarnação, sob o ponto de vista científico, continua sendo uma possibilidade aceita por alguns e refutada por outros, permanecendo mais como uma questão de fé do que de ciência. Cumpre observar, todavia, que não apenas o Espiritismo é reencarnacionista, mas também uma variada de gama de outras religiões, principalmente orientais.

Pois bem. Tomemos como possível a existência de sucessivas reencarnações da alma, a fim de que possamos analisar a ideia espírita de Justiça. Allan Kardec, no Livro dos Espíritos, questão 875, pergunta aos espíritos como se deve definir a Justiça, ao que respondem: A Justiça consiste no respeito aos direitos de cada um. Ora, essa definição não está inconforme com o Direito posto, ao longo dos séculos da história da Humanidade. Continuando, pergunta Kardec o que determina esses direitos, e os espíritos respondem que são determinados por duas coisas: a lei humana e a lei natural. Como os homens fizeram leis apropriadas aos seus costumes e ao seu caráter, essas leis podem variar com o progresso (...). O direito dos homens, portanto, nem sempre é conforme a Justiça. Só regula algumas relações sociais, enquanto na vida privada há uma infinidade de atos que são de competência exclusiva do tribunal da consciência.

Algumas interpretações mais conservadoras da doutrina espírita entendem que se deve suportar as dores do mundo como obra da Justiça, decorrentes de atos faltosos da vida pregressa. Isso levava a um tipo de resignação descabida em nossos dias, quando a evolução da Humanidade nos ensina a lutar pelos nossos direitos. Assim, as correntes mais recentes da hermenêutica espírita põem a ênfase sobre o livre-arbítrio do homem, para reivindicar o que lhe for de direito e assim ir tecendo a sua história, com liberdade de decisão. O mesmo se aplica aos operadores do Direito, que não devem se resignar diante das injustiças, mas sim trabalhar para construir o que for justo, em conformidade com a época e com o lugar.

A relação entre Direito e Espiritismo, no Brasil, é patente. Uma rápida busca desses vocábulos na internet nos trará milhões de resultados. Com efeito, o Espiritismo desenvolveu-se no Brasil mais do que em qualquer outro país do mundo, mormente entre os anos 30 e 50 do século passado.

Várias vezes os tribunais brasileiros aceitaram o Espiritismo, em questões inclusive controversas, como por exemplo, a admissão de psicografias como meio de prova em Juízo. Sobre esse assunto, assevera Alaíde Barbosa dos Santos Filha, no volume 1 da revista eletrônica Fonte do Direito´, que as psicografias podem ser aceitas como meio de prova judicial, desde que se faça um exame grafotécnico das mesmas, para comprovar se a caligrafia do suposto espírito manifestante coincide com a da referida pessoa, em vida. Porém, muitas vezes nas psicografias a caligrafia é mesmo a do médium, e não do suposto espírito desencarnado. Por essa razão, quer nos parecer que as psicografias não constituem um meio de prova admissível judicialmente, inclusive porque não se pode provar cientificamente a existência de espíritos, tampouco a sua manifestação entre nós. Essa é uma questão de fé, para a qual a ciência não apresenta respostas ou comprovação.

Contudo, não obstante as controvérsias, podemos concluir que há elementos teóricos suficientes para a formulação de uma Teoria Espírita da Justiça, assim como também há, em outras religiões, elementos dos quais se pode haurir teorias que versem sobre a Justiça e sobre o Direito. 

quinta-feira, 10 de março de 2016

GENTILEZA FAZ BEM PARA A SAÚDE E RETARDA O ENVELHECIMENTO


Publicado originalmente em SÓ NOTÍCIA BOA.

Ser gentil é melhor do que se pensa! Além de melhorar o dia das pessoas, provoca benefícios para a saúde e para a beleza!

Você sabia que as pessoas que são amáveis produzem 23% menos cortisol (hormônio do estresse) e envelhecem mais lentamente do que a média da população? E que engajar-se em atos de bondade reduz a pressão arterial e o estresse?

Pois é! A ciência também mostra que ser gentil recompensa a todos com o aumento da energia e do bem-estar, inclusive outras pessoas que ficam apenas olhando atos de bondade de terceiros são envolvidas nesse clima positivo.

Estudos

Bondade também tem uma forma natural de se espalhar.

Estudos da Universidade de Stanford mostram que quando as pessoas recebem palavras gentis, ou atos, elas ficam automaticamente mais propensas a se comportar gentilmente e espalhar para os outros.

Já um novo relatório de Harvard recomenda que os candidatos universitários concentrem-se na bondade em vez de pensarem em se superar.

Nos EUA desde 1995 existe a semana dos atos de gentileza, que espalha bondade durante 7 dias do mês de fevereiro. Este ano a comemoração foi de 14 a 20.

Mas isso pode ser feito em qualquer canto do mundo. 

Experimente!

7 Sugestões de atos de gentileza

Carregue uma blusa que não usa, ou meias novas no seu carro e entregue quando você vir alguém que precisa.

Pague a conta para o carro atrás, em uma cabine de pedágio, ou um café, e você terá uma sensação deliciosa.

Converse com alguém que estiver no ponto de ônibus com você: Um gesto simples que também é um ato de bondade.

Envie a alguém uma nota aleatória ou e-mail de agradecimento.

Melhore a sua relação de trabalho ou se reconecte com um amigo querido pelo Facebook, ou por e-mail.

Todo mundo gosta de ouvir um elogio inesperado. Então elogie alguém.

Sorria para as pessoas: você vai ter benefícios para a sua saúde e talvez espantar o mau humor delas.

Com informações do GOODNEWSNETWORK.

quarta-feira, 9 de março de 2016

O ESPANTO FILOSÓFICO


Por Daniel Borgoni (danielborgoni@gmail.com)

Na minha adolescência, me lembro do dia em que estava ouvindo música sentado no confortável sofá da sala de onde morava, quando um pensamento me inquietou: e se o sofá em que estava sentado, as paredes ao meu redor, a música que estava ouvindo, a mesa de centro, a estante à minha esquerda, enfim, e se tudo aquilo que estava aparecendo diante de mim não passasse de uma ilusão? Passados uns segundos dessa peculiar e estranha dúvida, voltei a ouvir música; porém, nunca me esqueci dessa inquietação. Anos mais tarde, no início da graduação em Filosofia, me deparei com algo que me fez resignificar àquela experiência. Descobri que, de certa forma, aquela singular dúvida poderia ser expressa pelo problema do mundo exterior, isto é, o que justifica a afirmação de que a mesa à minha frente é exterior à minha mente? Entretanto, mais importante do que descobrir que aquele pensamento poderia ser vinculado a um problema filosófico, foi descobrir que tinha vivenciado algo mais essencial à Filosofia: o espanto filosófico.

Aristóteles dissera que a Filosofia nasce do espanto, uma perplexidade que surge quando miramos nossos olhos no mundo desnudos das nossas crenças e opiniões, ou seja, colocamos o que sabemos em xeque. Embora o espanto não seja suficiente para o filosofar - é preciso também questionamento, debate e reflexão, por exemplo - ele é condição necessária. É o primeiro passo para alcançarmos um saber coerente sobre o mundo em que vivemos, para termos atitudes mais corretas, enfim, para termos conhecimento: crença verdadeira e adequadamente justificada. Pois, pode ser o caso que aquilo que nos parece verdadeiro e óbvio seja inadequadamente justificado. Quando submetemos ao pensamento crítico as explicações estabelecidas para nossas crenças e as justificativas que nos dão para agirmos de um modo e não de outro, descobrimos que muitas delas não têm fundamento sólido, sendo pouco razoáveis e, no limite, incoerentes

Contudo, para nos aproximarmos da verdade, temos que abdicar da zona de conforto que as certezas estabelecidas nos dão; devemos enfrentar o fato de que o que sabemos não é tão sólido e certo quanto nos parecem e nos querem fazer crer. Assim, confrontar valores e costumes enraizados e caminhar pela incerteza e pela dúvida geram desconforto, quando não nos "tiram o chão". Porém, se ponderarmos perdas e ganhos, sem dúvida vale a pena. Afinal, não é alto o preço a se pagar para nos libertarmos das ideias e ideais massificados, das convenções sociais sem sentido, dos costumes e valores eticamente insustentáveis e da submissão a interesses alheios aos nossos. Mais do que nos libertar das pseudoverdades, o espanto filosófico nos desperta para outras possibilidades existenciais que sequer imaginávamos. 

Revista Conhecimento Prático - Filosofia - ano 7 - edição 51 - outubro/novembro 2014. (Grifos nossos).


OS CAMINHOS DO AMOR - QUEM É A MULHER?

Essa é uma questão que deve ser respondida antes de elaborarmos outras reflexões sobre o tema. Buscando a resposta a essa questão, fatalmente esbarraremos com uma outra pergunta também importante: quem é a mulher moderna? Tentemos refletir sobre o assunto à luz do Espiritismo...


A mulher é um Espírito reencarnado, com uma considerável soma de experiências em seu arquivo perispiritual. Quantas dessas experiências já vividas terão sido em corpos masculinos? Impossível precisar, mas, seguramente, muitas, se levarmos em conta os milênios que a Humanidade já conta de experiência na Terra. 

Para definir a mulher moderna, precisamos acrescentar às considerações anteriores o difícil caminho da emancipação feminina. A mulher de hoje não vive um contexto cultural em que os papéis de ambos os sexos estejam definidos por contornos precisos. A sociedade atual não espera da mulher que apenas abrigue e alimente os novos indivíduos, exige que ela seja também capaz de dar sua quota de produção à coletividade. Estão as mulheres emergindo de uma passado de submissão e subalternidade e começam a ocupar seu espaço, participando mais decisivamente da construção de um novo estilo de vida. São muitas as propostas que se endereçam atualmente ao público feminino. É oportuno e válido que se avaliem criticamente essas propostas, já que, como espíritas, estamos todos comprometidos com o projeto de renovação da Humanidade, que é a meta do Espiritismo.

As pesquisas sociológicas provam que a supremacia masculina foi obtida pela violência. O homem, dotado pela natureza de maior força física, utilizou esse recurso para dominar e oprimir o mais fraco. A mulher, fisicamente mais frágil, porém portadora de maior sensibilidade, tem sabido adaptar-se aos diferentes contextos, exercendo sempre uma influência disfarçada no meio social, adestrando-se nas sutilezas da sedução e do envolvimento. Embora neste século tenhamos caminhado a passos largos em diversas direções de progresso, esse jogo de força e sedução ainda predomina nas relações entre homem e mulher, gerando distorções e conflitos sempre crescentes. Examinemos algumas informações que o estudo espírita nos faculta, para alcançarmos uma compreensão mais clara desse problema. 

A sociedade ocidental formou-se sob a forte influência das culturas greco-romana e hebraica, culturas em que a mulher ocupava uma posição de total dependência do homem. Não obstante a pregação de Jesus, que em nenhum momento discriminou a mulher, a igreja primitiva, responsável pela difusão da mensagem cristã ao mundo, absorveu abundantemente a influência do Judaísmo, que via a mulher como a responsável pelo aparecimento do pecado no mundo. É marcante a influência dos textos paulinos na postura adotada pelas organizações religiosas que se incumbem até hoje da difusão do Cristianismo. Observemos o seguinte texto transcrito da Primeira Epístola de Paulo a Timóteo, 2:11 a 14: 

A mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição. Não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio. Porque primeiro foi formado Adão e depois Eva. E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão.

As duas primeiras afirmações do texto demonstram claramente como se definia a participação da mulher: aprender em silêncio e submeter-se à autoridade masculina. Em seguida, explicita-se a causa desse posicionamento. Observe-se que a conjunção causal porque inicia a frase. Essa causa está na doutrina judaica da criação do mundo, cujo conteúdo todos nós já conhecemos: o homem feito de barro, a mulher da costela do homem, a aparição da serpente, etc. 

Já se faz tardia a ingente tarefa que cabe à Doutrina Espírita de escoimar a mensagem cristã dos enxertos provenientes de diversas origens, para que a Doutrina do Cristo possa penetrar a intimidade do coração humano, realizando a tarefa de libertação tão ansiada. Atentos a essa missão, os Espíritos reveladores retomaram as propostas de Jesus e, em O Livro dos Espíritos questões 817 a 822, registram-se as informações que deles colheu Allan Kardec acerca da posição da mulher. 


O Livro dos Espíritos 

817. São iguais perante Deus o homem e a mulher e têm os mesmos direitos?

“Não outorgou Deus a ambos a inteligência do bem e do mal e a faculdade de progredir?”

818. Donde provém a inferioridade moral da mulher em certas regiões?

“Do predomínio injusto e cruel que sobre ela assumiu o homem. É resultado das instituições sociais e do abuso da força sobre a fraqueza. Entre homens moralmente pouco adiantados, a força faz o direito.”

819. Com que fim mais fraca fisicamente do que o homem é a mulher?

“Para lhe determinar funções especiais. Ao homem, por ser o mais forte, os trabalhos rudes; à mulher, os trabalhos leves; a ambos o dever de se ajudarem mutuamente a suportar as provas de uma vida cheia de amargor.”

820. A fraqueza física da mulher não a coloca naturalmente sob a dependência do homem?

“A força que a um sexo Deus concedeu é para que proteja o outro, não para que o escravize.”

Deus apropriou o organismo de cada ser às funções que lhe cumpre desempenhar. Tendo dado à mulher menor força física, deu-lhe ao mesmo tempo maior sensibilidade, apropriada à delicadeza das funções maternais e à fragilidade dos seres confiados aos seus cuidados.

821. As funções a que a mulher é destinada pela Natureza terão importância tão grande quanto as deferidas ao homem?

“Sim, maior até. É ela quem lhe dá as primeiras noções da vida.”

822. Sendo iguais perante a lei de Deus, devem os homens ser iguais também perante as leis humanas?

“O primeiro princípio de justiça é este: não façais aos outros o que não quereríeis que vos fizessem.”

a) – Assim sendo, uma legislação, para ser perfeitamente justa, deve consagrar a igualdade dos direitos do homem e da mulher?

“Dos direitos, sim; das funções, não. Preciso é que cada um esteja no lugar que lhe compete. Ocupe-se do exterior o homem e do interior a mulher, cada um de acordo com a sua aptidão. A lei humana, para ser equitativa, deve consagrar a igualdade dos direitos do homem e da mulher. Todo privilégio a um ou a outro concedido é contrário à justiça. A emancipação da mulher acompanha o progresso da civilização. Sua escravização marcha de par com a barbaria. Os sexos, além disso, só existem na organização física. Visto que os Espíritos podem encarnar num e noutro, sob esse aspecto nenhuma diferença há entre eles. Devem, por conseguinte, gozar dos mesmos direitos.”

Continua... 



Por Dalva Silva Souza no livro: "Os Caminhos do Amor" Editora FEB.


terça-feira, 8 de março de 2016

NOSSO PROBLEMA NÃO É FALTA DE PÊNIS



Por Ana Karla no site ÓBVIUS

É preciso esbravejar aos quatro cantos que o dia oito de março, alusivo à mulher, não deve se restringir a uma data “bonitinha” na qual o mundo se torna cor-de-rosa e as mulheres são presenteadas com flores em homenagem ao seu papel social tradicional, alicerçado no patriarcado, que cristaliza o modelo de mulher ideal e essencial como sendo a mulher cuidadora, que reproduz um paradigma feminino voltado para a subjetividade, maternidade e o mundo circunscrito à domesticidade, ao privado.

É imperativo volver os olhos para o futuro sem relegar o passado, sem deixar de rememorar o contexto histórico no qual o Dia Internacional da Mulher emergiu. Celebra-se o oito de março como Dia da Mulher, não porque fomos agraciadas pela natureza, porque somos “fofinhas”, “delicadas”, “doces” ou “lindas”, mas em alusão a um cenário de luta feminina pela conquista de dignidade humana. Num contexto em que, no início do século XX, mulheres reivindicavam melhores condições de vida, de trabalho e direito ao voto, num cenário em que a população feminina era tratada como verdadeira escória da sociedade.

A importância de não deixar o oito de março passar em branco, reside no fato de que a mulher ainda é oprimida diuturnamente, nas relações, calcadas na hierarquização de poder do homem sobre a mulher, na delimitação de espaços entre o feminino e o masculino onde se usa a biologia como base para a legitimação da opressão feminina.

No dia em que formos, de fato, tratadas de forma igualitária, aí sim, poderemos transformar a data em uma comemoração. Mas, por ora, a luta precisa ser contínua. Os desafios para angariarmos uma situação de igualdade na relação de gêneros ainda são muitos, já que nossa cultura está arraigada no patriarcado. Tanto que apesar das mulheres terem ingressado no mercado de trabalho, não se desvincularam do papel social convencional, baseado no tripé-mãe, dona de casa e esposa. As tarefas domésticas, a título de exemplo, via de regra, não são divididas entre os gêneros, como se nossa condição feminina nos fizesse subservientes ao sexo oposto para que tenhamos o encargo de servir, incondicionalmente.

Continuamos a ser tratadas como um sexo, reduzidas a uma vagina. Sim, porque ainda que sejamos mentes pensantes, tenhamos diplomas e pós-graduações, se não exibirmos um corpo esculturado na academia, não seremos mulheres sedutoras e desejadas, não seremos amadas.

Se nos revoltamos com as condições limitantes que nos são impostas “goela” abaixo, somos tachadas de histéricas, de loucas, porque somos as rainhas da “fofoca”, dos burburinhos, mas quando ousamos a lançar nosso grito no espaço público, tratam logo de silenciá-lo. Somos as feministas mal comidas, as incapazes de agarrar um homem, as feias indesejadas.

No fundo, querem nos persuadir de que a razão de todos os nossos martírios é “falta de rôla”. Se somos bem-sucedidas profissionalmente, mas saímos às ruas sozinhas, sem ostentar um marido, namorado, companheiro, ficante, imputam-nos o sentimento de incompletas, de solitárias, de mulheres infelizes, pois não encontramos ainda o amor, a alma gêmea, não fomos agraciadas. Logo, não seremos uma mulher realizada, pois não teremos uma família a quem cuidar, não exerceremos a maternidade. Seremos uma árvore seca, desprovida de frutos. Com os anos, vai sobrevir a velhice. Os sinais do tempo impiedoso serão notados e aí estaremos fadadas ao completo fracasso. Sim, porque ao homem é garantido o direito de envelhecer. Ora, é charmoso usar o cabelo grisalho, as rugas na testa, então, só evidenciam experiência, dão um traço mais viril. Mas, à mulher é um sinal de desleixo, quase um pecado, motivo de condenação moral e de chacota, deixar aparecer um único fio de cabelo prateado.

À mulher são predeterminados os destinos psicológicos, fisiológicos, sentimentais e econômicos. Logo, para ser uma mulher virtuosa e respeitável, ela precisa casar, (de preferência que seja antes dos 30 anos, uma vez que depois, fica mais difícil arranjar marido), ter filhos antes dos 30 porque depois vai ficar complicado, e continuar casada com o mesmo cônjuge, o pai dos seus filhos, em nome da sagrada instituição da família. Ainda que ele descumpra os deveres da sociedade conjugal. Se ele pular a cerca, a culpa será sempre dela que não lhe deu a devida atenção e ele foi condicionado a procurar lá fora, o que não desfrutava dentro de casa. Ele estava carente de afeto. Ela, de certa, estava muito atarefada com os afazeres da maternidade, com a profissão e da casa. Ou seja, falhou, foi relapsa.

A mulher não pode escolher amar e desamar quando bem entender. Se por acaso, ela cogitar romper o casamento de anos de dedicação e “companheirismo”, será rotulada como separada. Cuidado, mulheres! Segurem seus homens que a separada, devoradora de machos, está solta! Se já tiver filhos e separar, então, será a mãe solteira. Vejam, ele deu causa ao rompimento da relação, eximiu-se de ficar com a tutela dos filhos, mas ela quem será apontada na rua e será alvo de olhares tortos, desdenhosos, porque, afinal, ela é a mãe solteira.

No Dia Internacional da Mulher, auferimos que existe um longo caminho espinhoso a ser trilhado, na tentativa de desconstruirmos estereótipos tão arraigados na nossa cultura patriarcal que já se tornaram naturalizados, na maioria das vezes, para então, reconstruirmos uma sociedade onde, enfim, se respeite a condição humana da mulher e não a cristalização de um modelo que a reduza a um sexo inferior, ao lugar de um outro do homem.

OS SETE MAIORES MISTÉRIOS DO UNIVERSO


A Ciência pergunta e o Espiritismo responde.

Em 1997, os professores americanos David Eliot Brody e Arnold R. Brody publicaram nos EUA um livro considerado "a aula de ciências que todos gostariam de ter tido na escola", com 445 páginas e com o titulo: As Sete Maiores Descobertas Cientificas da História, destacando, os autores, que "Todas as realizações e invenções tecnológicas fenomenais que testemunhamos e vivenciamos nas décadas recentes possuem um encadeamento comum: foram possíveis graças a descobertas cientificas básicas em física, química e biologia (e suas subdisciplinas) feitas ao longo dos últimos quatro séculos":(1)

1. A gravidade e as leis básicas da fisica;
2. A estrutura do átomo;
3. O Princípio da Relatividade;
4. O Big Bang e a formação do universo;
5. A evolução e o Principio da Seleção Natural;
6. A célula e a genética;
7. A estrutura da molécula de DNA.

Treze anos após a publicação do livro supracitado, instrutiva matéria divulgada pela Revista Superinteressante, da Editora Abril, edição de março de 2013, relaciona a existência de "sete questões que atormentam a Humanidade desde o inicio dos tempos", e que seriam as questões mais difíceis do mundo:

1. Deus existe?
2. De onde viemos?
3. Qual e o sentido da vida?
4. 0 que acontece depois da morte?
5. Alma existe?
6. Há vida fora da Terra?
7. Destino existe?

A instigante reportagem induziu-me um pensamento: o Espiritismo tem as respostas para essas profundas indagações há mais de um século e meio, desde o seu advento, na França, a partir da divulgação dos seus princípios, postulados ou fundamentos básicos, contidos em O Livro dos Espíritos, organizado e publicado por Allan Kardec em 18 de abril de 1857; nas demais obras da Codificação e em outros livros clássicos espiritas, de renomados autores, a exemplo de Gabriel Delanne, Leon Denis, Alexandre Aksakof, Ernesto Bozzano e do prêmio Nobel de Química, William Crookes, que estudaram e pesquisaram os fenômenos espiritas.

Allan Kardec, no livro A Gênese (1868), declara que "O Espiritismo e a Ciência se completam reciprocamente; a Ciência, sem o Espiritismo, se acha na impossibilidade de explicar certos fenômenos só pelas leis da matéria; ao Espiritismo, sem a Ciência, faltariam apoio e comprovação"(2).

Envolvido por esse pensamento do Codificador, imaginei o Espiritismo como potente farol a iluminar os caminhos da Ciência, demonstrando-lhe que a Jornada do homem não é apenas pelo caminho biológico e horizontal, mas, sobretudo, espiritual e verticalizado em processo evolutivo na direção do Infinito.

Apresentamos, a seguir, uma síntese dos sete mistérios do Universo, consoante o erudito texto da Revista, de autoria de Eduardo Szklarz (3), e o entendimento da Doutrina Espirita.

1. Deus existe?

Reportagem: A existência de Deus divide a opinião dos cientistas e 51% deles admitem alguma forma de poder divino. Um deles, o ex-diretor do Projeto Genoma Humano, Francis S. Collins [autor do livro A Linguagem de Deus]. Do lado ateu encontra-se o físico Victor Stenger, da Universidade do Havaí, que apresenta exemplos "de como o Universo simplesmente não precisa de Deus", enfatizando que a Ciência pode provar que Deus não existe.

Espiritismo: Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas. Podemos encontrar a prova da existência de Deus num axioma aplicado pela Ciência: não há efeito sem causa. "Para se crer em Deus", ensina Allan Kardec, "basta se lance o olhar sobre as obras da Criação. 0 Universo existe, logo, tem uma causa. Duvidar da existência de Deus é negar que todo efeito tem uma causa e avançar que o nada pode fazer alguma coisa"(4).

2. De onde viemos?

Reportagem: A Ciência luta para explicar como nascemos, ou seja, como tudo o que existe se formou. Assim, segundo a teoria mais aceita, do Big Bang, ou Grande Explosão, o Universo teria surgido há 13,7 bilhões de anos, como um pontinho muito pequeno e denso, que se expandiu e deu origem a tudo o que existe, as estrelas, os planetas, você leitor, e eu. Afirma ainda, essa teoria, que não houve um "antes" antes do Big Bang.

Espiritismo: 0 Universo foi feito pela vontade onipotente de Deus, tal como exarado em Gênesis: "Deus disse: faça-se a luz e a luz foi feita"(5). "Diz-nos a razão [esclarece Allan Kardec], não ser possível que o Universo se tenha feito a si mesmo e que, não podendo também ser obra do acaso, há de ser obra de Deus"(6).

3. Qual e o sentido da vida?

Reportagem: Comenta a tese da biologia evolutiva: o sentido (objetivo) da vida é se reproduzir, defendida desde 1970 pelo biólogo britânico Richard Dawkins, que reinterpreta a teoria da evolução de Charles Darwin.

Espiritismo: Dois são os caminhos da evolução: o biológico e o espiritual e que o objetivo principal da vida e, através das reencarnações, fazer o Espirito chegar a perfeição (7).

4. O que acontece depois da morte?

Reportagem: Destaca as chamadas experiências de quase-morte (EQM), como evidência da sobrevivência do ser à morte do corpo físico, cujos relatos dos pacientes incluem encontros com parentes mortos, a visão de um túnel e de uma luz branca. Enfatiza, porem, que a explicação mais aceita e de que se trata de alucinações, causadas pela falta de oxigênio no cérebro.

Espiritismo: No momento da morte a alma volta a ser Espirito, isto é, volve ao mundo dos Espíritos, donde se apartara momentaneamente, conservando a sua individualidade, e não mais possuindo corpo material continua a ter um fluido [o perispírito] que lhe é próprio, haurido na atmosfera do seu planeta, e que guarda a aparência de sua última encarnação (8). 0 homem, portanto, é um Espirito imortal, que não desaparece com a morte orgânica. A imortalidade da alma é comprovada nas experiencias de quase-morte e pelo laboratório mediúnico do Espiritismo.

5. Alma existe?

Reportagem: Os cientistas continuam em busca de evidências para a alma, citando pesquisas do anestesista americano Stuart Hameroff, do Centro de Estudos da Consciência, do Arizona e do físico de Oxford, Roger Penrose, que defendem a tese que a alma existiria, sim, "como um conjunto de relações quânticas entre partículas dispersas no Universo".

Espiritismo: Entende ser a alma o "ser imaterial e individual que em nós reside e sobrevive ao corpo"(9). As almas não são senão os Espíritos. Antes de se unir ao corpo, a alma é um dos seres inteligentes que povoam o mundo invisível, os quais temporariamente revestem um involucro carnal para se purificarem e se esclarecerem (10).

6. Ha vida fora da Terra?

Reportagem: Cita a declaração do físico Marcelo Gleiser: "Não temos nenhuma prova ou argumento forte sobre a existência de vida inteligente fora da Terra. Existe vida? Certamente. Mas como não entendemos bem como a evolução varia de planeta para planeta, muito difícil prever ou responder se existe ou não vida inteligente fora daqui".

Espiritismo: Tem como viga mestra a afirmação de Jesus: "Há muita moradas na casa de meu Pai" (João 14, 2.); elucida que a casa do Pai é o Universo e que "As diferentes moradas são os mundos que circulam no Espaço infinito, e oferecem aos Espíritos que neles encarnam, moradas correspondentes ao adiantamento de cada qual, e que é muito diferentes umas das outras são as condições dos mundos, quanto ao grau de adiantamento ou de inferioridade dos seus habitantes"(11).

7. Destino existe?

Reportagem: Refere-se a tese de um "destino cósmico", cujas origens remontariam ao Big Bang, a explosão que espalhou partículas no Universo, cujo deslocamento e interacts já estariam traçados, afetando os seres humanos, também feitos de partículas, tese que seria a base do determinismo, de que nossas decisões já estão definidas, e também a existência de um destino neurológico, caracterizado "por decisões que nosso cérebro toma sem nos avisar". Cita, ainda, o entendimento do físico Marcelo Gleiser, sobre esse mistério: "Uma das características da inteligencia é justamente o livre-arbítrio, e quanto mais complexo é o cérebro é, mais liberdade de escolha ele tem".

Espiritismo: Advoga a realidade do livre-arbítrio, "que declara a vontade humana livre para tomar decisões e determinar suas ações", exigindo capacidade de discernimento e liberdade interior. A liberdade de agir, contudo, para construir o destino, seria uma liberdade condicionada, porquanto, nos códigos da Lei Palingenésica, depende do que se fez antes de nascer na vida atual. "A liberdade reside no presente; podemos agir com independência por meio da faixa de consciente atual, que atende as necessidades da vida presente", contudo, uma determinação, um destino pode promanar do passado culposo, facti nos renascimentos compulsórios de resgate ou reparação. A chamada fatalidade, ou destino implacável ou infalível pode ser (nos renascimentos programados) a escolha feita antes da encarnação, um ajuste de interesse para a evolução moral(12). 

Refletindo, desta forma, acerca do papel histórico da Ciência, podemos imaginar, em um futuro próximo, uma interface entre a Ciência e a Doutrina Espirita, em um movimento que possibilite o intercâmbio de informações, axiomas, postulados e pesquisas acerca da origem e da natureza espirituais do homem e dos enigmas do Universo, criando um novo olhar cientifico-espirita. Antevemos e acreditamos nessa possibilidade de colaboração reciproca, na resolução de questões cientificas que afetam o homem moderno e o seu futuro, sobretudo considerando o caráter progressivo do Espiritismo. Tudo sob as bençãos de Deus.

1. BRODY, David Eliot. BRODY, Arnold R., As Sete Maiores Descobertas Cientificas da Historia. 1" ed. Companhia das Letras, 2007, tradução de Laura Teixeira Motta, p.17.

2. KARDEC, Allan. A Gênese. 1ª.ed. FEB, 2009, tradução de Evandro Noleto Bezerra, capitulo I, item 16, p.31.

3. Revista Superinteressante, edição 316, março de 2013, paginas 44 a 55. Citações autorizadas em 11 de fevereiro de 2015.

4. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, edição histórica, FEB, tradução de Guillon Ribeiro, perguntas 1 e 4.

5. KARDEC, Allan. 0 livro dos Espíritos, edição histórica, FEB, pergunta 38.

6. IDEM, Ibidem, pergunta 37.

7. KARDEC, Allan. 0 Livro dos Espíritos, edição histórica, FEB, pergunta 132.

8. KARDEC, Allan. 0 Livro dos Espíritos, edição histórica, FEB, perguntas 149 e 150.

9. KARDEC, Allan. 0 Livro dos Espíritos, edição histórica, FEB, Introdução, II.

10. IDEM, Ibidem, pergunta 134b.

11. KARDEC, Allan. 0 Evangelho segundo o Espiritismo, FEB, edição histórica, tradução de Guillon Ribeiro, capítulo III, itens 2 e 3.

12. RIZZINI, Carlos Toledo. Evolução para o Terceiro Milênio. 8* ed. Edicel, p.121 (item 5), 135 (item l), 138 (item 4) e 139 (item 4).

Adilton Pugliese (santospugliese@hotmail.com).
Publicada na RIE - Revista Internacional de Espiritismo - MAIO/2015.
O autor é colaborador da Mansão do Caminho em Salvador (BA).