Introdução

Há muito o que ser aprendido. Há muito o que podemos extrair do que vemos, tocamos, ouvimos, e acima de tudo, sentimos. Nossa sabedoria vem dos retalhos que vamos colhendo ao longo de nossa evolução, que os leva a formar a colcha que somos. Esse espaço é para que eu possa compartilhar das luzes que formam o que Eu tenho sido!!!

quarta-feira, 25 de maio de 2016

RIQUEZA DA VIDA INTERIOR


“E assim podermos servir em novidade de espírito e não na caducidade da letra”. (Romanos, 7:6.)

O Cosmo pode ser comparado a um incomensurável arquivo vivo que guarda inúmeras coleções de obras-primas.

Cada texto escrito representa as diversas experiências que tivemos nas múltiplas encarnações ao longo do tempo. Cada um de nós é o somatório desses mesmos textos, compilados num único livro.

Em virtude disso, podemos encontrar “anotações sagradas” nas entrelinhas da própria alma. A divindade colocou um selo cunhado no Espírito, mas apenas quem o vê descobre sua filiação celeste.

Cada um de nós é uma “obra-prima” de Deus, única e com características peculiares.

Como somos todos “livros diferentes”, o sucesso de uma vida plena é ler-nos e, a partir daí, expressarmo-nos perante o mundo usando nossa originalidade.

Quem não exercita a leitura de si mesmo provavelmente ficará retido na capa e distanciado do seu conteúdo.

É necessário pesquisar o “índice interno”: lista alfabética de nomes, lugares e assuntos, que nos permite localizar a “página íntima”, onde os nossos temas podem ser encontrados, para não ficarmos presos à “capa-revestimento”.

Só nos pertence realmente aquilo que interpretamos. Apenas retemos aquilo que tenha vindo de nossas experiências, análises e inspirações.

Se não soubermos ler a nós mesmos, dificilmente aprenderemos a escolher bons livros. Só vence a alucinação da capa quem mergulha nas profundezas do conteúdo da vida interior.

Há um excessivo número de livros que apenas distraem a mente. Quantas vezes adquirimos obras iludidos pela aparência externa! Capas multicoloridas, títulos extravagantes, que camuflam romances simplistas, histórias infantis sem valor pedagógico, dramas sensacionalistas. Há ocasiões em que temos o disparate de comprá-las sem ao menos consultar o sumário.

A capa pode ficar amassada e envelhecida, a página pode ser despedaçada e separada do livro, todavia nenhuma criatura amassa, tritura, rasga ou aparta ideias, sentimentos e emoções que uma alma interpretou e guardou em seu âmago.

A mente entretida bloqueia a fonte sapiencial e polui a via de acesso pela qual escolhemos “livros externos” através do conteúdo de nosso “texto interno”.

Portanto, quando desenvolvemos a habilidade de fazer a “mente silenciar”, penetramos na essência das coisas e, como resultado, passamos a escolher os livros que nos levem a maiores reflexões e, ao mesmo tempo, a tomar posse da “biblioteca viva” que existe dentro de nós.

• Ler para compreender o mundo interior.

• Ler para assimilar com profundeza os sentimentos.

• Ler para observar o funcionamento da mente.

• Ler para atingir o cerne da própria alma.

• Não ler só para ficar na superfície romanceada.

• Não ler para considerar apenas uma face ou um aspecto dos fatos.

• Não ler somente para divagar em histórias fantasiosas e repetitivas.

• Não ler para unicamente abstrair-se das dificuldades, mas para resolvê-las.

Paulo de Tarso, o grande divulgador do Cristianismo, escreve aos romanos: “servir em novidade de espírito e não na caducidade da letra” .

Concluímos, ajustando o texto paulino ao nosso entendimento: não possui validade por si só o que está escrito “ao pé da letra”, mas o “espírito” da ideia, a intenção real do que está no texto.

A “novidade de espírito” quer dizer: é necessário decifrar o novo – que não se manifesta claramente e que está além do literal do contrário a leitura passa a ser uma distração banal, e não um meio de despertar os valores inatos da alma.

A “caducidade da letra” significa que o que está escrito pode ser considerado caduco, sem validade, ou se tornar indevido, se não for descoberto o sentido implícito ou subentendido da escrita.

“A letra mata, mas o Espírito comunica a vida” faz-nos entender que o que se lê não tem significação ou valor se não houver preocupação de interpretar o que é simbólico.

Escolhem-se “obras externas” por meio do “livro interno”.

Nosso sistema de pensamento cognitivo e os demais processos espirituais estão ligados à nossa “enciclopédia sagrada”.

Os recursos de que necessitamos para bem viver não estão na exterioridade; estão dentro de nós, visto que cada ser humano é um “livro transcendental” repleto de conhecimentos imortais.


Hammed (Espírito) através de Francisco do Espírito Santo Neto, no livro "Um Modo de Entender Uma Nova Forma de Viver", cap. 11.

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