Introdução

Há muito o que ser aprendido. Há muito o que podemos extrair do que vemos, tocamos, ouvimos, e acima de tudo, sentimos. Nossa sabedoria vem dos retalhos que vamos colhendo ao longo de nossa evolução, que os leva a formar a colcha que somos. Esse espaço é para que eu possa compartilhar das luzes que formam o que Eu tenho sido!!!

domingo, 28 de fevereiro de 2016

A IDEOLOGIA ESPÍRITA E AS IDEOLOGIAS MENORES

Por Randolfo Santana Medeiros no NEFCA.


O que é um partido político?

Segundo a definição mais imediata, seria uma instituição associativa civil, onde pessoas que comungam dos mesmos interesses ideológicos ou alguma outra afinidade estabelecem esforços comuns em prol da conquista do poder político que lhes possibilite alcançar seus objetivos.

Um partido político, portanto, em tese, é uma instituição que trabalha sob um sistema de idéias ou convenções que orienta seus seguidores para um caminho de pretensa eficiência na busca do poder. Este poder significa a preponderância de suas posições sobre - ou em detrimento de - terceiros ou outras agremiações partidárias. O partido político, portanto, é uma instituição que atua no conflito, sobre o conflito e pelo conflito, por tudo o que a História nos ensina.

Mais amplamente estamos considerando que um partido político segue conveniências - que são imediatistas e em geral superficiais. Mas, segue ideologias.
O que é uma ideologia?

Um sistema de idéias logicamente estruturadas entre si capaz de fornecer objeto, método e motivação para um indivíduo. Então, todo sistema de idéias a que um individuo é capaz de aderir por convencimento é uma ideologia. E elas são diversas, são várias.

Vamos a uma questão mais profunda: seria o Espiritismo um sistema ideológico?

Bem, o Espiritismo nos dá o objeto (compreensão da sistemática universal), o método (progresso intelecto/moral) e a motivação (busca pela perfeição). Vale lembrar que estamos falando de conceitos MACRO.
Pela união dos três fatores, nós temos um sistema que busca orientar as ações dos indivíduos em TODA a sua existência espiritual, cujo alcance dos objetivos (perfeição) passa necessariamente pela atuação em TODOS OS FATORES DA EXISTÊNCIA.
Sem mais delongas, a atuação do individuo enquanto cidadão, enquanto agente organizador, transformador e civilizador de seu grupo social - ou nação - é, sim, matéria de alçada e interesse de análise e orientação da Doutrina Espírita.
A grande ideologia consiste em atuar simploriamente pelo BEM utilizando a aplicação prática do CONHECIMENTO que se adquiriu por conquista intelectual.
A atuação SISTEMATIZADA para o BEM é um conceito que atua diretamente sobre o espírita-político. Assim sendo, não cabe ao espírita alegar a assimilação de qualquer outra ideologia, pois absolutamente nenhuma poderia superar a essa e todas as outras levam inevitavelmente ao conflito, pois o objeto de todas as outras é a aquisição de PODER. O PODER, enquanto encarnados, é um valor de consistência MATERIAL, TEMPORAL E SUPERFICIAL, pois não leva em conta para sua conquista os elevados e mesmos valores que a Doutrina Espírita considera.
Não será possível a alguém ser um nazista espírita, nem comunista espírita, nem ecologista espírita, nem tampouco trabalhista espírita, socialista espírita, neo liberal espírita ou qualquer outra coisa que o valha. Os valores preconizados pelo Espiritismo estão TODOS ACIMA DESTAS IDEOLOGIAS e o método espírita, a lógica doutrinária são capazes de suprir TODAS AS POSTURAS QUE O INDIVÍDUO DEVE OU DEVERIA MANTER SOBRE SUA SOCIEDADE.
Assim sendo, sim, é possível um sindicalista espírita: a luta pelo progresso e liberdade é legitimada pelo Espiritismo. É possível ser igualmente um espírita que está ao lado das minorias oprimidas, pelo exato mesmo motivo. É possível que o espírita lute por um sistema ecológico saudável, pois isso também é abarcado pela codificação. Podemos lutar pelas crianças, por um sistema mais justo de distribuição das riquezas dentro das aptidões de cada um. Em suma, podemos fazer TUDO o que as demais ideologias alegam estarem fazendo. Podemos fazer TUDO o que os partidos políticos anunciam que positivamente iriam fazer.
A questão passa a ser não a adesão simples a um sistema ideológico, como o Espiritismo. A questão passa pelo individuo compreender realmente o que vem a ser o Espiritismo, raciocinar pela sua intensa e profunda lógica doutrinária e ser coerente na aplicação prática, cotidiana, cidadã, de TODOS OS PRECEITOS que essa lógica orienta. E, percebam: ainda nem estou falando de moral... Estou falando de perceber a realidade sob a perspectiva mais elevada no campo intelectual e utilizar todos os mecanismos intelectuais que o Espiritismo fornece. E, que surpresa - disso derivam óbvios dividendos morais, pois o resultado da busca por uma sociedade mais justa é absolutamente... moral.
Não entendemos, portanto, a adesão do espírita a ideologias menores. Não há, rigorosamente, NENHUMA IDEOLOGIA que alcance o Espiritismo na amplitude de conceitos e nem na honestidade da pretensão de resultados.
Se o Espiritismo veio para esclarecer sobre os mecanismos da vida a lógica determina utilizar o Espiritismo para rigorosamente todos os fatos da vida.
Menos do que isso seria, de fato, considerar o Espiritismo uma mera religião e mantê-lo departamentalizado, como costumamos fazer em nossa compreensão primitiva: nós temos uma postura para o trabalho, uma preocupação para a família, um prazer social e um dever espiritual. Se o cérebro comporta essa divisão da realidade do mesmo individuo, o espírito não.
  
O individuo é uno. O Espiritismo também. Não faz sentido, portanto, separar o que não pode ser dividido.



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