Introdução

Há muito o que ser aprendido. Há muito o que podemos extrair do que vemos, tocamos, ouvimos, e acima de tudo, sentimos. Nossa sabedoria vem dos retalhos que vamos colhendo ao longo de nossa evolução, que os leva a formar a colcha que somos. Esse espaço é para que eu possa compartilhar das luzes que formam o que Eu tenho sido!!!

terça-feira, 16 de setembro de 2014

LETARGIA E CATALEPSIA





Allan Kardec utilizou alguns conceitos próprios de sua época para a exposição de teses espíritas. Alguns deixaram de ser usados pelas respectivas áreas da ciência, o que exige do leitor da codificação um resgate do sentido dos termos na época e do contexto teórico no qual eles foram utilizados para uma compreensão clara do raciocínio do codificador e dos espíritos que dialogaram com ele.
“Letargia” e “catalepsia” são conceitos associados à tese da emancipação da alma e que, com o passar do tempo, foram ganhando novos sentidos, até caírem em desuso na medicina e na psicologia.
É possível que o sentido utilizado por Kardec tenha sido obtido nas teorias do magnetismo animal, desenvolvidas depois de Mesmer, especialmente na obtenção do sonambulismo provocado.
Letargia, em O livro dos espíritos, significa estado de “perda temporária da sensibilidade e do movimento”, em que o corpo parece morto, no qual os sinais vitais se tornam quase imperceptíveis, a respiração reduz-se bastante e a pessoa pode ser tomada como morta.
Catalepsia em Kardec é uma espécie de letargia parcial, que atinge apenas alguns órgãos do corpo e que pode não prejudicar a comunicação com o seu portador, estado que poderia ser induzido pelo magnetismo animal (passes, como dizemos hoje).
Alguns fenômenos parapsicológicos (humanos, mas não estudados convenientemente pela psicologia) podem ser encontrados concomitantemente a estes dois estados. Um deles é a hiperestesia, ou seja, uma ampliação paradoxal da capacidade dos sentidos. Há registros de casos de sonâmbulos que, em estado cataléptico, eram capazes de descrever o que acontecia a uma distância muito superior à capacidade de nossos órgãos, ou de descrever, por exemplo, percepções, que eles alegavam ter, de órgãos internos do organismo de pacientes que lhes eram trazidos.
Kardec analisou situações de quase-morte na Revista espírita. Posteriormente, o hipnotismo e a neurologia dariam outro sentido à letargia e à catalepsia, que hoje se encontram em desuso, substituídas pelo conceito mais preciso de “coma”. Mas os estranhos fenômenos descritos por Kardec continuam acontecendo.
JÁDER SAMPAIO é psicólogo, membro da Câmara de Assessoramento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e da Liga de Pesquisadores do Espiritismo (LIHPE), além de tradutor dos livros de Alfred Russel Wallace, publicados pela Lachâtre

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