Introdução

Há muito o que ser aprendido. Há muito o que podemos extrair do que vemos, tocamos, ouvimos, e acima de tudo, sentimos. Nossa sabedoria vem dos retalhos que vamos colhendo ao longo de nossa evolução, que os leva a formar a colcha que somos. Esse espaço é para que eu possa compartilhar das luzes que formam o que Eu tenho sido!!!

quinta-feira, 26 de junho de 2014

HAVERÁ FALSOS CRISTOS E FALSOS PROFETAS

O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, contempla no capítulo XXI, reflexões a respeito, principalmente, da passagem bíblica grafada no evangelho segundo Lucas, capítulo 6, 43-45:

"A árvore que produz maus frutos não é boa, e a árvore que produz bons frutos não é má, porque cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto. Não se colhem figos dos espinheiros, e não se cortam cachos de uva de sobre as sarças. O homem de bem tira as boas coisas do bom tesouro do seu coração, e o mau tira as más do mau tesouro do seu coração, porque a boca fala do que está cheio o coração."  

Kardec pontua também outras duas passagens bíblicas do evangelho segundo Mateus e Marcos, pois tratam do mesmo tema (lembramos que os evangelhos de Lucas, Mateus e Marcos são conhecidos por sinóticos, por possuírem pontos de vista semelhantes): Mateus capítulo 7, 15-20 - Mateus capítulo 24, 4-5; 11-13; 23-24 - Marcos capítulo 13, 5-6;21-22.

Com o subtítulo de "Missão dos Profetas" Kardec comenta logo a seguir dentre outras coisas que "atribui-se vulgarmente aos profetas o dom de revelar o futuro, de sorte que as palavras profecias e predições se tornaram sinônimas. No sentido evangélico, a palavra profeta tem uma significação mais ampla; diz-se de todo enviado de Deus com a missão de instruir os homens e de lhes revelar as coisas ocultas e os mistérios da vida espiritual."

Para Kardec o profeta é antes de tudo um ser iluminado, que devido às características adquiridas durante sua existência, e com uma missão bem definida, é capaz de provocar reflexões profundas nos que lhe escutam ou com ele convivem, apresentando uma nova perspectiva para análise dos acontecimentos da vida, preferencialmente, no campo espiritual, com consequências evidentes no campo material, já que não há como sabemos, dissociação de ambas, pois somos carne e espíritos enquanto encarnados.

Percebemos isso claramente quando verificamos que na história das religiões sempre há um líder, um primeiro que se diz o portador das notícias divinas alterando o meio em que está inserido, através da proposição de novas ideias, novos entendimentos, novos conhecimentos. Para não nos alongarmos podemos citar só entre os mais conhecidos: Buda, Moisés, Maomé, Lutero, Jesus, dentre outros.


O profeta não é um indivíduo com poderes sobrenaturais na visão de Kardec. Trata-se na verdade, de um Espírito que sabe de suas aptidões e as coloca a serviço de uma causa. 

De uma maneira geral todas as doutrinas, principalmente as religiosas, veem em seus adversários os falsos profetas, pois partem do princípio de que estão com a verdade e com os outros os enganos. No Cristianismo isso é evidente e muito forte, basta olharmos a história da propagação do mesmo, e os eventos da inquisição. É verdade que o alerta partiu do próprio Jesus, mas será que o entendemos como ele gostaria que o entendêssemos? Acredito que temos um entendimento sectário e radical que nos impede de ampliarmos o aprendizado que a assertiva do Mestre nos apresenta. 

Para corroborar com nosso entendimento nos valemos das palavras do Apóstolo Paulo que nos instrui através de uma de suas cartas que "(...) examinemos tudo, retendo o que é bom." Se Paulo confirma a missão de Jesus, enquanto Cristo, ele confirma os ensinamentos também, por isso precisamos olhar com olhos de ver e ouvir com ouvidos de ouvir o que nos ensina o Mestre Jesus, tendo por suporte a codificação espírita que amplia os horizontes de compreensão nos mostrando uma perspectiva focada na Caridade, na Solidariedade, no Amor Fraternal. 

Por isso nossa análise não se foca no fora para dentro, mas no dentro para fora. Nós somos falsos profetas quando deixamos nossa verdade, aquela construída, para vivermos as mentiras do meio onde estamos inseridos. A doutrina nos ensina que a caridade como Jesus a apregoa é "benevolência para com todos, indulgência para com os erros e perdão das ofensas", também nos mostra que para que possamos entender melhor as leis morais do Criador e nossa relação com elas que procuremos "conhecer a ti mesmo". Outros instrutores importantes subsidiando a codificação nos mostram que somos aquilo que pensamos e que atraímos para nós aquilo com o qual sintonizamos. Isso posto fica a pergunta? ainda que o falso profeta se apresente para nós, se pensarmos, se sentirmos, e, principalmente, se vivermos diferente do que ele anuncia, que mal poderá ele nos fazer? 

Destaquemos uma parte do texto de Lucas: "(...) a boca fala do que está cheio o coração." Devemos entender o coração aqui como sendo nossos valores, nossos sentimentos, nossas sensações, nossos instintos. Só seremos capazes de espargirmos boas vibrações através de nossas palavras se nosso coração estiver repleto deles, e somente encontraremos sintonia com o que falamos se o outro também estiver com o coração dentro das mesmas condições. Não há como avaliar se o outro nos será concorde, mas podemos nos certificar que estamos semeando o que de fato sentimos e que esses sentimentos valem a pena serem compartilhados. Sendo assim, por outro lado, se o outro semeia desconfiança, desordem, medo, somente o acataremos se no nosso coração tivermos como habitantes os mesmos valores. 

Para que o falso profeta encontre o sucesso de suas falsas palavras será necessário sempre um ouvido que as acolha, caso contrário serão palavras jogadas ao vento. Então, antes de nos preocuparmos com o que os outros falam, nos preocupemos com aquilo que queremos e precisamos, verdadeiramente, ouvir. E isso vale para todos os campos do conhecimento. Se o que nos falam repercute  em nós e nos faz bem, nos faz sentir melhor e mais felizes, respondendo aos nossos anseios e refreando nossas tendências menores, não importa se isso vem da ciência, da filosofia, dos pastores, dos padres, dos monges, dos líderes comunitários e mesmo dos líderes políticos. 

A medida do julgamento que fazemos do que o outro faz e fala está em nós!!!


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