Introdução

Há muito o que ser aprendido. Há muito o que podemos extrair do que vemos, tocamos, ouvimos, e acima de tudo, sentimos. Nossa sabedoria vem dos retalhos que vamos colhendo ao longo de nossa evolução, que os leva a formar a colcha que somos. Esse espaço é para que eu possa compartilhar das luzes que formam o que Eu tenho sido!!!

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

ESPIRITISMO É UMA CIÊNCIA POSITIVA

Trechos retirados da alocução do Sr. Allan Kardec aos Espíritas de Bruxelas e de Anvers, em 1864.

"(...) se as viagens que faço, de tempos em tempos, aos centros espíritas não devessem ter por resultado senão uma satisfação pessoal, considerá-las-ia como inúteis e delas me absteria; mas, além de contribuir para estreitar os laços de fraternidade entre os adeptos, têm também a vantagem de fornecer assuntos de observação e de estudo, que não são jamais perdidos para a Doutrina."

"(...) notável palavra de um incrédulo: Com uma tal doutrina, não se pode ser Espírita sem ser homem de bem."

"Não há centro espírita onde não haja encontrado um número mais ou menos grande desses pioneiros da obra, (...) considerando seu devotamento como uma dívida de reconhecimento pelos benefícios morais que receberam do Espiritismo."

"Infelizmente, ao lado deles, às vezes, se encontram as crianças terríveis da causa, os impacientes que, não calculando a importância de suas palavras e de seus atos, podem comprometê-la; aqueles que, por um zelo irrefletido, ideias intempestivas e prematuras, fornecem, sem o querer, armas aos nossos adversários. Depois vêm aqueles que, não tomando o Espiritismo senão a superfície, sem dele serem tocados no coração, dão, por seu próprio exemplo, uma falsa opinião de seus resultados e de suas tendências morais."

"(...) É um fato constatado que o Espiritismo é mais entravado por aqueles que o compreendem mal do que por aqueles que não o compreendem de todo, e mesmo por seus inimigos declarados; e há a anotar-se que aqueles que o compreendem mal, geralmente, têm a pretensão de compreendê-lo melhor do que os outros; não é raro ver noviços pretenderem, ao cabo de alguns meses, ser superiores àqueles que tiveram para eles a experiência de estudos sérios. Essa pretensão, que trai o orgulho, é ela mesma uma prova da ignorância dos verdadeiros princípios da Doutrina."

"(...) para prevenir as consequências da ignorância e das falsas interpretações, é preciso se prender em vulgarizar as ideias justas, a formar adeptos esclarecidos, cujo número crescente neutralizará a influência das ideias errôneas."

"(...) Sendo sério o objetivo dessas visitas, e exclusivamente no interesse da Doutrina, não vou ali procurar ovações que não estão nos meus gostos nem em meu caráter. Minha maior satisfação é encontrar-me com amigos sinceros, devotados, com os quais se pode conversar sem constrangimento e se esclarecer mutuamente por uma discussão amigável, onde cada um traz o tributo de suas próprias observações."

"(...) não vou pregar aos incrédulos; não convoco jamais o público para catequizá-lo; em uma palavra, não vou fazer propaganda; não compareço senão nas reuniões de adeptos onde meus conselhos são desejados e podem ser úteis; dou-os de boa vontade àqueles que creem deles ter necessidade; disso me abstenho com aqueles que se creem bastante esclarecidos para poder sem eles passar. Não me dirijo senão aos homens de boa vontade."

"(...) Não, o Espiritismo não é uma concepção individual, um produto da imaginação; não é uma teoria, um sistema inventado para a necessidade de uma causa; tem sua fonte nos fatos da própria Natureza, nos fatos positivos, que se produzem a cada instante sob nossos olhos, mas dos quais não se supunha a origem. É, pois, um resultado da observação, uma ciência, em uma palavra; a ciência das relações do mundo visível e do mundo invisível; ciência ainda imperfeita, mas que se completa todos os dias por novos estudos e que toma lugar, estejais disto convencidos, ao lado das ciências positivas. Disse positivas, porque toda ciência que repousa sobre os fatos é uma ciência positiva e não puramente especulativa."

"O Espiritismo nada inventou, porque não se inventa o que está na Natureza. Newton não inventou a lei da gravitação; essa lei universal existia antes dele; cada um dela fazia a aplicação e sentia-lhe os efeitos, e, no entanto, não era conhecida."

"O Espiritismo tem, pois, procurado a explicação dos fenômenos de uma certa ordem, e que, em todas as épocas, se produziram de maneira espontânea; mas o que sobretudo favoreceu em suas pesquisas, é que lhe foi dado poder produzi-los e provocá-los, até certo ponto. Ele encontrou nos médiuns instrumentos próprios para esse efeito, como o físico encontrou na pilha e na máquina elétrica os meios de reproduzir os efeitos do raio. Isto, compreende-se, não é senão uma comparação que eu pretenda estabelecer."

"(...) ele (o Espiritismo) não supôs a existência do mundo espiritual para explicar os fenômenos que tinha sob os olhos; procedeu pela via da análise e da observação; dos fatos ele remontou à causa, e o elemento espiritual se apresentou a ele como força ativa; não o proclamou senão depois de tê-lo constatado."

"(...) Mas se a descoberta das leis puramente materiais produziu no mundo revoluções materiais, a do elemento espiritual nele prepara uma revolução moral, porque muda totalmente o curso das ideias e das crenças mais enraizadas; ele mostra o caminho sob um novo aspecto; mata a superstição e o fanatismo; engrandece o pensamento, e o homem, em lugar de se arrastar na matéria, de circunscrever sua vida entre o nascimento e a morte, se eleva até o infinito, sabe de onde vem e para onde vai; vê um objetivo pra seu trabalho, seus esforços, uma razão de ser ao bem; sabe que nada do que adquire neste mundo, em saber e em moralidade, está perdido para ele, e que o seu progresso prossegue indefinidamente além do túmulo; ele sabe que tem sempre o futuro para si, quaisquer que sejam a insuficiência e brevidade da existência presente, ao passo que a ideia materialista, em circunscrevendo a vida à existência atual, lhe dá por perspectiva o nada (...)"

"O Espiritismo, eu o repito, em demonstrando, não por hipótese, mas por fatos, a existência do mundo invisível, e o futuro que nos espera, muda totalmente o curso das ideias; dá o homem a força moral, a coragem e a resignação, porque ele não trabalha mais somente para o presente, mas para o futuro; sabe que se não goza hoje, gozará amanhã (...)"

"Se os detratores do Espiritismo - falo daqueles que militam para o progresso social, dos escritores que pregam a emancipação dos povos, a liberdade, a fraternidade e a reforma dos abusos - conhecessem as verdadeiras tendências do Espiritismo, a sua importância e seus resultados inevitáveis, em lugar de abafá-lo como o fazem, de lançar sem cessar entraves em seu caminho, nele veriam a mais poderosa alavanca para chegar à destruição dos abusos que combatem; em lugar de lhe serem hostis, o aclamariam como um socorro providencial; infelizmente, a maioria crê mais neles do que na Providência (...)."

"(...) todos os sarcasmos da incredulidade não impedirão a ação do elemento espiritual que é também uma lei da Natureza (...)."

"(...) qual foi o meu papel? Não foi nem o de inventor, nem o de criador; eu vi, observei, estudei os fatos com cuidado e perseverança; coordenei-os e lhes deduzi as consequências; eis toda a parte que nisso me toca; o que fiz, um outro teria podido fazê-lo em meu lugar (...)."

(...) No entanto, esta tarefa é pesada, mas pesada do que ninguém pode crer; se ela tem para mim algum mérito, é que tenho a consciência de não ter recuado diante de nenhum obstáculo, nem de nenhum sacrifício (...)"

(...) diante de um objetivo tão importante, todos os interesses materiais e pessoais se apagam, como os pontos diante do infinito (...)."

Allan Kardec, na Revista Espírita - Jornal de Estudos Psicológicos - nº 11 - 7º ano - novembro de 1864.


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