Uma leitura rápida na assertiva acima pode nos levar a acreditar que estamos diante de um pessimista. Mas não entendo assim.
Faz parte de nosso processo de amadurecimento nossa relação com nossos pais. É muito comum que os tornemos nossos super-heróis, mas somente porque ainda não compreendemos totalmente como funciona toda a engrenagem do processo.
Quando os filhos nos julgam, estão nos devolvendo o que lhes ofertamos, pois muitas vezes concentramos no processo educativo que impelimos aos mesmos, julgamentos e desacertos por conta de valores pessoais e particulares que não encontram ressonância junto aos mesmos.
Mais tarde quando se encontram "perdidos" pois não são o que gostariam de ter sido e nem tampouco são o que os pais gostariam que ele fosse, o jovem percebe que esteve envolvido em uma teia de hipocrisia e se frustra, apiedando-se de si mesmo, e depois culpando os pais por seus infortúnios e irrealizações, esquecendo-se que também é responsável, principalmente considerando a imortalidade da alma, a sobrevivência do espírito após a morte, as vidas sucessivas, etc.
Que os filhos possam um dia se libertarem dos desejos dos pais, assumindo com critério, planejamento, humildade e responsabilidade, as rédeas da própria vida, conscientes de que havendo enganos de sua parte, os pais estarão aptos a fazerem com que as experiências negativas sejam fonte serena e caridosa de aprendizagem.
Que os pais se apercebam que quanto mais decidirem por seus filhos, mais estarão permitindo que os mesmos se estacionem e em se tratando da Doutrina dos Espíritos, os benfeitores nos afiançam que é na tentativa e erro que a aprendizagem se solidifica.
Pais respeitem os desejos de seus filhos, e filhos, esforcem-se para entender que as interferências dos pais na maioria das vezes é medo de os perderem.
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